Içami Tiba trabalha relações humanas em sala de aula
Autoridade em psicopedagogia, ele diz que muitas instituições de ensino estão interessadas em mudar paradigmas. "Desenvolvi meu trabalho levando a vida para a psicologia e daí para a sala de aula. Estou tornando os professores mais 'psicologizados'."
Leia mais sobre o assunto na entrevista a seguir.
Na entrevista a seguir, Dr. Içami Tiba discorre sobre seu trabalho aplicado em questões cotidianas como disciplina, saúde social, comportamento, modernidade, educação, ética, cidadania e conflitos familiares. O assunto é árduo, mas soa tranqüilo na linguagem solta desse ex-professor universitário e de judô.
Em seu livro Disciplina - O Limite na Medida Certa, o sr. diz que a indisciplina é "o maior mal da educação moderna" e aponta maneiras de reestabelecer a disciplina, como uma arte do bem viver, na família e na escola. Como o sr. vê a discussão da disciplina, aos pés do século 21, quando temos um exemplo polêmico na Inglaterra, onde escolas que foram obrigadas por lei a extinguir castigos corporais disseram que iriam recorrer e pedir revisão da lei? O que difere o conceito de disciplina hoje do de antigamente?
Dr. Içami Tiba - Existe uma diferença fundamental entre autoritarismo e disciplina. Proponho uma forma disciplinar sem que haja uma relação vertical. Meu conceito de disciplina é baseado na religiosidade – que não quer dizer uma prática religiosa específica, relacionada a Deus, e sim gente que gosta de gente. Trata-se de uma composição. Essa religiosidade pode se manifestar até em quem é ateu, e serve, fundamentalmente para unir os seres, um grupo. Aquele que vai coordenar o grupo é o líder – aquele que vai puxar pelo interesse do grupo. Ninguém está acima do grupo e o líder é aquele que defende o grupo. Ele nunca pode colocar seu interesses acima dos do grupo e usar o poder para benefício próprio. A disciplina antiga era resultado do interesse individual do autoritário e dono do poder, em detrimento do grupo. E a disciplina atual é que cada um deve saber e cumprir seus deveres individuais, a partir da composição do grupo. Exemplo: o aluno que transgride a norma da classe pode prejudicar outro professor mas não a classe como um todo. Nessas alturas é que se vê a diferença entre o líder e o professor-salário. O que proponho com a disciplina é que todos funcionem de acordo com a saúde social. Na realidade a proposta dessa mudança está relacionada com a Teoria da Interação Relacional. Acho ridículo a imposição da força bruta. O viver social é o caminhar na velocidade do mais fraco. É outro modo de falar que a corrente arrebenta no elo mais fraco.
Neste novo milênio é preciso mudar o conceito saúde psíquica – não basta a pessoa ser equilibrada individualmente e sim é preciso que ela tenha saúde social, ou seja, deve saber que pertence a uma sociedade e que a sociedade é mais forte que ela como indivíduo. E que o indivíduo deve contribuir com a socieda
Em quase 30 anos de experiência com adolescentes e seus conflitos, quais foram suas maiores lições?
Dr. Içami Tiba - A minha maior lição é que meus melhores professores são os adolescentes. Quando comecei na psicologia, quase nada batia na prática com o que estava escrito a respeito. Até meu comportamento, quando adolescente, também não batia. Daí o desenvolvimento da biopsicologia social. Tabelei, por exemplo, que com 13 anos, o menino pode usar a rebeldia como autoafirmação. Consegui organizar a cabeça dos estudiosos sobre os adolescentes. Há várias etapas na adolescência. Assim, fica fácil focalizar o que é patológico ou não. Esse estudo fez com que as escolas reformulassem até alguns currículos, em decorrência do mau atendimento ao adolescente. Como educador mexo com a prevenção – mudando o conceito de saúde social. É o princípio da Integração Relacional. Essa teoria vem crescendo em mim há 10 anos
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
COMENTÁRIO: Escolhi esta entrevista para refletir sobre “ideais educacionais”, “trajetórias educacionais”, porque concordo com muitos pontos de vista e opiniões do DR. IÇAMI TIBA, não só psicoterápicos, como educacionais.
Concordo plenamente com o DR. IÇAMI TIBA nas questões cotidianas quando se trata de DISCIPLINA. Em seu livro “DISCIPLINA, LIMITE NA MEDIDA CERTA ” ele diz:” que a INDISCIPLINA é o maior mal da educação moderna.Não basta a pessoa ser equilibrada individualmente e sim é preciso que ela tenha saúde social, ou seja, deve saber que pertence a uma sociedade e que a sociedade é mais forte que ela como indivíduo”.
Entendo que uma pessoa indisciplinada não consegue sequer “entender-se”, quanto mais os que encontram-se a sua volta. Daí, suas ações tornam-se “uma bola de neve”, sem fim nem acabamento. Ultrapassa seus atos, suas atitudes, seus limites, acha que pode tudo! À partir deste ponto torna-se uma pessoa sem motivação , sem “projeto”.
Penso que devemos ter em primeira linha um “projeto de vida”, para que com o mínimo de disciplina, possamos alcançar os nossos objetivos, sejam quaisquer que sejam eles. E, como ponto de partida a “educação: em família, na escola, em sociedade”. Entretanto, para que haja um bom desenvolvimento destes projetos, é necessário:“A DISCIPLINA”.
E, por fim concordo com o DR. IÇAMI TIBA quando diz: “A FALTA DE DISCIPLINA ATRAPALHA A VIDA DAS PESSOAS PORQUE CONFUNDIRAM ISSO COM LIBERDADE. A DISCIPLINA É INGREDIENTE DA LIBERDADE”. DEVERIAM TER INSERIDO ESTE ARTIGO NO “ECA”- ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.AS CRIANÇAS E OS DOLESCENTES PRECISAM ENTENDEREM ESTA PALAVRA: DISCIPLINA! PARA ENTÃO PODEREM ALCANÇAR SEUS IDEAIS. POIS EXISTEM LÁ, OS DIREITOS E DEVERES, MAS NÃO DISCIPLINA. COM DISCIPLINA PODEM INTEGRAR-SE MELHOR NA SOCIEDADE. É SERÁ SÓ O INÍCIO DE BONS PROJETOS!
POR: HOSANA HELENA GOMES BARBOSA
EM 10/05/2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário